Continuação
do post anterior.
3.
O
governo de Deus tem, como seu alvo primário, a Sua própria glória
(Efésios
1.11-14). Todas as perfeições de Deus manifestam-se através de Seu
governo. Isso significa que a Sua providência divina revela-nos as
qualidades do Seu Ser. Para exemplificar, o Seu amor é revelado pela
Sua provisão às Suas criaturas, particularmente quando lhes provê
redenção, mediante o Seu Filho. A Sua verdade é revelada tanto nas
leis da natureza como em Sua fidelidade, no cumprimento das promessas
existentes em Sua Palavra. A Sua santidade e retidão são reveladas
no ódio que Ele tem ao pecado. O Seu poder é demonstrado em Sua
obra de criação, redenção e providência. E a Sua sabedoria pode
ser vista na maneira como Ele opera a fim de concretizar os Seus
propósitos. E, quando reconhecemos quão maravilhoso é o nosso
grande Criador, então nós Lhe prestamos honra e glória.
Elementos
da Providência Divina.
Muitos
estudiosos da Bíblia sugerem que há três aspectos da providência
divina. Entretanto, eles reconhecem que esses aspectos se justapõem
até certo ponto e que essas três fases nunca aparecem isoladas nas
operações de Deus. Esses aspectos são a
preservação,
a
concordância
e o
governo.
1.
Preservação.
Já podemos discutir sobre a preservação divina, ou seja, a
manutenção do universo, como parte do governo soberano de Deus
sobre todas as coisas. Deus está ativamente envolvido na preservação
de Sua criação. Tudo quanto Deus criou depende absolutamente dEle.
Contudo, Ele conferiu certas propriedades a cada parte de Sua
criação, visando a sua manutenção. O trecho de Gênesis 1.24,25:
“Disse
também Deus: Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie:
animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua
espécie. E assim se fez. E fez Deus os animais selváticos, segundo
a sua espécie, e os animais domésticos, conforme a sua espécie, e
todos os répteis da terra, conforme a sua espécie. E viu Deus que
isso era bom”.- RA;
indica que Deus dotou cada criatura de certas características
naturais, que lhe são próprias. Cada espécie cresce,
desenvolve-se, amadurece e reproduz-se de acordo com a sua própria
espécie.
2.
Concordância.
O vocábulo concordância significa acordo, cooperação,
consentimento. Ele dá a idéia que nenhuma atividade da matéria ou
da mente pode ter lugar sem o consentimento de Deus e que o Seu poder
coopera com os poderes que lhe estão sujeitos. Em Atos 17.28: “pois
nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos
poetas têm dito: Porque dele também somos geração”. –
RA;
e em 1 Coríntios 12.6: “E
há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera
tudo em todos”.- RA;
o apóstolo Paulo dá a entender que, sem a concordância de Deus,
nenhuma força ou pessoa poderia continuar a agir ou mesmo a existir.
Destarte, o poder de Deus exerce fortíssima influência sobre o
poder do homem, embora sem destruí-lo e sem furtar do ser humano a
sua liberdade. O homem possui, conserva e utiliza seus poderes
naturais, enquanto que Deus preserva a sua mente e o seu corpo
através de suas funções naturais.
Visto
que Deus é a base da existência do homem, não podemos dizer que o
papel do homem é igual em importância ao papel de Deus. Nesse
ponto, novamente, encontramos um profundo mistério: Deus outorgou ao
homem poderes naturais que podem ser usados para o bem ou para o mal.
Quando esses poderes naturais são usados de maneira má, somente o
homem é o responsável, porquanto Deus não é o causador dos maus
atos dos homens. Veja em Jeremias 44.4: “Todavia,
começando eu de madrugada, lhes enviei os meus servos, os profetas,
para lhes dizer: Não façais esta coisa abominável que aborreço”.-
RA;
e Tiago 1.13,14: “Ninguém,
ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser
tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um
é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz”.-
RA.
Deus
concorre com os atos dos homens, conferindo-lhes os seus poderes
naturais; mas, a má direção desses poderes vem da parte dos
homens. Um exemplo dessa concorrência é o caso de José. Veja em
Gênesis 45.5: “Agora,
pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por
me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida,
Deus me enviou adiante de vós”.- RA;
e Gênesis 50.20: “Vós,
na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em
bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em
vida”.- RA.
Vemos ali que, apesar de seus irmãos terem usados seus poderes
naturais para fazerem o mal, Deus faz aquela má ação redundar em
bem. Ele consentiu os atos, permitindo-os; mas, cumpriu a Sua vontade
através do que eles fizeram, de acordo com os Seus propósitos.
Continua
no próximo post.
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